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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

ERA UMA VEZ UM BAR...

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Estabelecimento idealizado e construído por Américo Dias Ferraz, segundo prefeito de Maringá, na Avenida Getúlio Vargas, era sofisticado para a época e se tornou um dos pontos de encontro da alta sociedade maringaense, ao lado do Grande Hotel e da sede social do Aeroclube (Texto: Airton Donizete; fotos: Divulgação e AD) Idos de 1954. O bate papo na calçada seguia animado. Falavam de tudo um pouco.  Das intrigas que envolviam o governo Vargas. Dos discursos inflamados de Lacerda. Da Copa do Mundo na Suíça. A proeza da máquina húngara enchia os olhos, mas o título ficou com a álgida Alemanha Ocidental. No plano local, o assunto era a contenta entre o prefeito Villanova e a Companhia Melhoramentos. A cobrança de IPTU colocou-os em rota de colisão. Na parte interna rolava a música ambiente, que se completava com a imagem de um aquário de peixes coloridos e belas poltronas. Quem chegasse por ali e não quisesse sentar às mesas, poderia usufruir das poltronas. Não faltavam polí

O PEQUENO NOTÁVEL

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81 anos, baixinho, simpático e simples, assim é José Mujica, o Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai, que passou como um furacão por Curitiba, onde fez uma palestra e falou de questões que afligem o Brasil e o mundo atual Texto e fotos Airton Donizete Ir a Curitiba assim, de chofre! Pensei. Mas era uma causa especial. Mujica estaria lá. Sim, José Mujica, o Pepe Mujica, aquele ex-presidente do Uruguai, que dispensou a moradia oficial e ia trabalhar de fusquinha. Seria minha chance de entrevistá-lo. No momento, não posso ir ao Uruguai, e ele está com 81 anos. Poderia não haver outra ocasião. Então, falei com meu amigo Ênio Ferreira Lopes, que sempre está viajando para vender seus produtos. Na capital do Estado estão vários de seus clientes. Enquanto ele vende, eu vou ao evento de Mujica. De pronto, ele topou. Saímos de Maringá à tarde. No outro dia, pela manhã, Mujica participaria do Seminário Democracia na América Latina. Na estrada, tudo tranquilo, tirando os trechos ainda

UM TROVADOR DA VIDA REAL

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  Versos do fluminense que chegou a Maringá em 1955 nascem de cenas cotidianas e vencem concursos nacionais transformando-o num dos poetas mais premiados do Brasil Texto e foto: Airton Donizete Conhecia-o pelo nome que assinava suas trovas: A. A. de Assis. Tomava café numa padaria. O amigo da mesa me apresentou àquele senhor que havia chegado. “Este é o poeta A. A. de Assis”, disse. Ele me presenteou com dois livros de coletâneas, entre as quais havia uma trova e uma crônica dele. Marcamos um bate-papo na casa dele para alguns dias depois. Professor, jornalista, poeta, cronista, editorialista. Não faltam adjetivos para Antonio Augusto de Assis, que nasceu em 7 de abril de 1933. Ele já contou sua vida na autobiografia "Vida, verso e prosa", lançada em 2010. Mas um personagem do naipe de Assis é inesgotável. Sempre há algo a dizer dele. Ou que vale a pena lembrar. Natural da montanhosa São Fidélis, vizinha de Campos (RJ). Passou a infância numa pequena fazen