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Mostrando postagens de março, 2017

A CIDADE DOS PICA-PAUS

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Fotógrafo registra variedades da espécie que se prolifera em Maringá enfeitando as árvores de cores e barulho peculiar produzido pelas potentes bicadas nos galhos secos Texto Airton Donizete Fotos Wellington Carvalho Ainda não eram 7 horas. Eu caminhava perto do Parque do Ingá, centro de Maringá. As batidas eram cada vez mais fortes: pá, pá, pá... Imaginei que alguém batesse o martelo numa tábua ou coisa parecida. Olhava, olhava e não via de onde vinha aquele som. Andei mais um pouco. Parei. Aí identifiquei: o som vinha de um poste. Era um pica-pau bicando a estrutura de ferro que protegia uma lâmpada. Como este é possível ver muitos outros. Há muitas variedades de pica-paus em Maringá. Alguns emitem um som peculiar e mergulham entre as galhadas. Voam de um galho ao outro. Bicam, bicam. Se encontrarem comida permanecem ali por um tempo. Do contrário, seguem à procura de galhos e troncos secos de onde podem tirar sua refeição. Leio no site Wiki Aves (site especializado

O "VAMPIRO" NA JANELA, EU VI...

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Após três e mais três batidas na janela descorada e corroída pelo tempo, de um antigo casarão de alvenaria, no Alto da Rua XV, em Curitiba,  um senhor de cabelos esbranquiçados e faces rubescidas abriu-a... (Texto e foto: Airton Donizete) “Em notícias policiais, frases no ar, bulas de remédio, pequenos anúncios, bilhetes de suicidas, o meu e o teu fantasma no sótão, confidências de amigos, leitura dos clássicos etc. O que não me contam, eu escuto atrás das portas. O que não sei, eu adivinho - e, com sorte, você advinha sempre o que, cedo ou tarde, acaba acontecendo”. Resposta do escritor Dalton Trevisan ao jornalista Araken Távora. Numa de suas raras entrevistas (talvez, única) publicada em 1968, na Revista Panorama. O jornalista lhe perguntara onde buscava o tema para seus contos? A entrevista está transcrita no excelente site de literatura “Tiro de Letra”. Resolvi seguir o conselho do próprio “Vampiro”. Assim o chamam. Estava eu em Curitiba num dia ensolarado. Opost

UMA MULHER APAIXONADA

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Aos 89 anos, Lygia Fagundes Telles, a dama da literatura brasileira, em entrevista exclusiva no seu apartamento em São Paulo, fala da amizade com Clarice Lispector, da morte, da paixão pela vida e de literatura Texto e fotos: Donizete Oliveira Entrevistar Lygia Fagundes Telles era um sonho. Sempre a admirei. Há dois anos tentava marcar um encontro com a escritora, mas sua assessoria de imprensa repetia que não havia espaço na agenda. Em maio de 2013 quando fui a São Paulo resolvi ligar e, para minha surpresa, a própria Lygia atendeu. Não falei em entrevista. Não sabia a reação dela. Apenas disse que queria visitá-la. Ela respondeu que poderia me receber no outro dia, por volta das 14 horas. Mais tarde iria a um evento na Academia Paulista de Letras. Lygia mora na Rua da Consolação, nos Jardins, quase esquina com a famosa Rua Oscar Freire. Lá fui eu. Cheguei à frente do prédio. Anuncie minha presença. A empregada dela atendeu. “Pode subir, a escritora tá esperando”, dis

O EXTERMINADOR DE FUNGOS E ÁCAROS

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Com arte, habilidade e paciência, restaurador de livros antigos transforma páginas e capas amareladas e danificadas pelo tempo em exemplares com aparência de novos Texto e foto Airton Donizete Um livro antigo, com páginas amareladas e esfarelando pela ação do tempo. Para recuperá-lo, o primeiro passo é exterminar os fungos e ácaros que o devoram, se alimentando de cola e papel velhos. Mas não é apenas destruí-los. A recuperação das folhas e capas exige uma dose de arte, habilidade e paciência. Para algumas pessoas, livros antigos são mais que folhas de papel dobradas e encadernadas. Eles têm valor sentimental. As memórias que os ligam aos donos os fazem permanecer a vida toda numa estante. Muitos são frágeis, e o manuseio constante os danifica. Aí entra o trabalho do restaurador. Em Maringá, é possível encontrá-lo na Rua Bragança, 219 (Zona 7), numa casinha de madeira. Cheguei lá pouco antes das 13 horas. Estava fechado para almoço. Mas logo Edilson Francisco de Oliveira,