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Mostrando postagens de março, 2022

Chuva, Lula, Requião, solidariedade, sem terras, sem comida, sem autógrafo e beijo na mão

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 TEXTO E FOTOS:   Donizete Oliveira   M anhã de sol. Mas o tempo ameaçava com nuvens pesadas no horizonte. Destino Lerroville. Pela BR-376, trevo de Mauá da Serra. A 35 quilômetros sentido Londrina, da qual é distrito. Uns três quilômetros à frente, por uma estrada de terra chega-se ao assentamento Eli Vive, onde Lula, Requião e parte do staff petista estiveram sábado. Fui de carona com amigos de Apucarana. Gava, Rosa, Magrão e Paulo Reis. Quem chegou cedo a Lerroville, nosso caso, os pinheiros eram referência. No pinheiro, virem à direita. Nos explicaram. Mas tinha mais de um à beira da estrada de chão.  A sinalização começou a ser colocada assim que a gente chegou. Bandeirinhas vermelhas indicavam a rota. Logo caiu o aguaceiro. As laterais de algumas barracas precisaram ser tombadas para escorrer a água acumulada. Gentes munidas de enxadões improvisavam sulcos para escoar a água que as invadia. A expectativa era a presença de Lula. Dizia-se que ele chegaria   ao local antes

"Acabou o café, acabou o dinheiro"

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  A saga do baiano Prudenciano, que deixou a terra natal e veio para o norte do Paraná atrás do cobiçado ouro verde, como eram chamados os cafezais de outrora Texto e fotos Donizete Oliveira O município baiano de Riacho de Santana, a 715 quilômetros de Salvador, guarda um passado de desigualdades sociais e escassez de trabalho. A vida difícil obrigou muitos a buscar oportunidades longe dali.   Uma rota preferida era o norte e o noroeste do Paraná. Nas décadas de 50 e 60, um oásis de fartura. Impulsionado pelo café, o cobiçado ouro verde. Um dos que migraram em busca da terra prometida é um baiano que fala pouco, mas no rosto traz as marcas do tempo. Sentado num banquinho de madeira na mercearia Santo Antônio, antiga venda de secos e molhados, no distrito de Rio Bom, Santo Antônio do Palmital, ele se recorda do auge do café na região. O ano era 1962. Gentes chegavam e se instalavam atraídas pelos pés carregados de grãos. “Moço do céu era um formigueiro”, diz Silvano Prudenciano