Há 40 anos óvni teria pousado em terreno
no Jardim Alvorada, um dos bairros mais conhecidos da cidade, e capturado o
eletricista Jocelino Mattos, que viu sua vida se transformar após o fenômeno,
que até hoje atrai mídia, ufólogos e curiosos
(Texto e fotos Donizete Oliveira)
Em
13 de abril de 1979 (Sexta-feira Santa), Jocelino de Mattos, então com 20 anos,
e seu irmão, Roberto Carlos de Mattos, 13, voltavam da casa de uma irmã por volta
das 23h30. De repente, na Rua Roberto Simonsen, nas proximidades da Escola
Municipal Ariovaldo Moreno, no Jardim Alvorada, avistaram uma estrela.
Brilhante
com uma espécie de cauda. Não deram atenção, mas o objeto começou a se deslocar
rapidamente no céu. Roberto Carlos cismou que havia algo estranho com aquela
estrela. Mas o irmão o encorajou. “Não é nada, vamos embora”, disse. “É uma
estrela comum, talvez com um pouco mais de brilho”.
Na
época, havia muito mato e plantios de soja no Jardim Alvorada. Eles estavam a
cerca de 500 metros de um abacateiro numa trilha no meio de uma terra preparada
para o plantio de cereais. A estrela desceu e pousou no solo a alguns metros da
árvore.
Ouviram
um ruído estranho e, de repente, começaram a ser arrastados em direção àquela luz. “Passamos por uma valeta de uns dois metros de profundidade por três de
largura que havia no local, sem ver e sentir nada”, conta Jocelino, que hoje
vive no Conjunto Habitacional Requião 2, em Maringá, bairro próximo do Alvorada.
“Só notei que a gente chegou debaixo do abacateiro e daí em diante não vimos
mais nada, desmaiamos”.
Em
entrevista ao jornal O Diário do Norte do Paraná, que noticiou o caso em 17 de
abril de 1979, Jocelino disse que eles queriam andar em sentido contrário
ao objeto, mas uma força estranha os atraía. “Sentimos falta de ar, nosso coração
disparou, e na nossa cabeça havia um chiado infernal”, declarou. “Quando
chegamos perto da estrela (nave) caímos e começamos a ouvir uma fala estranha
que parecia inglês, francês, sei lá o que era aquilo... a gente não entendia
nada”.
Apenas
Jocelino teria sido levado ao interior do objeto, seu irmão teria ficado
desacordado no solo. Ele se recorda apenas de uma frase que lhe fora
transmitida telepaticamente: “Nossa missão não está terminada”, teria afirmado
um dos seres, cuja aparência, Jocelino diz não se diferenciar de humanos.
Tinham costeletas, eram brancos, usavam botas pretas e vestuário prata.
Segundo
a mãe deles, Maria Rosa Mattos, que morreu em 2017, após o episódio, de
madrugada, ao chegarem à casa da família, a cerca de 800 metros do local,
pediram para não lhes tocar que estavam dando choque elétrico.
Uma
irmã duvidou, passou a mão neles e sentiu um choque. Ela contou ao
jornal O Diário que a estrela voltara a brilhar novamente e lá do horizonte
emitiu um feixe de luz atingindo Jocelino e Roberto Carlos, que caíram duros na
porta da casa da família.
Os
vizinhos ajudaram carregá-los para dentro de casa. “Passaram cânfora e álcool
no nosso corpo”, diz Jocelino. Os irmãos, que ficaram das 23h30 de 13 de abril
às 4h30 da madrugada do outro dia, quando chegaram à casa da família estavam
exaustos, quase sem força, e com a roupa e o corpo sujos.
Por
volta das 7 horas da manhã começaram a chegar carros de reportagem à casa da
família Mattos. Com medo, eles procuraram a polícia e registraram queixa.
Soldados do 4º Batalhão de Maringá averiguaram o terreno ao redor do
abacateiro, mas nada encontraram. “A repercussão e as constantes brincadeiras
maldosas provindas de algumas pessoas me chateavam muito”, afirma Jocelino.
Para
evitar curiosos e imprensa que o procuravam constantemente, ele permaneceu por
três anos trabalhando em outras cidades. “Não aguentava mais falar sobre o
assunto”, diz. Após o caso, a vida dele se transformou. Passou a fazer
experiências com tratamentos naturais e a produzir remédios por meio de
elementos químicos e plantas medicinais, os quais ele doa a pessoas com
problemas de saúde que o procuram.
ABDUZIDO DESCREVE EXPERIÊNCIA SEXUAL
O médico Osvado Alves, de
Mandaguari, que morreu em 2017, e se dedicava ao tratamento natural e à
hipnose, pesquisou o caso. Em 1981, ele submeteu Jocelino e sua mãe, Maria Rosa
Mattos, a uma sessão de hipnose. Sob as indagações do médico, eles descreveram
o que se passou naquele dia. A seguir, um trecho do relato de Jocelino.
Osvaldo Alves - Em que lugar da nave
você está?
Jocelino -
Estou em algo parecido com uma cadeira de dentista, muito moderna, sofisticada
e mecanizada. A temperatura no ambiente é normal. Tem um aparelho na minha
cabeça.
OA - Como os equipamentos são colocados
na sua cabeça?
Jocelino - É
parecido com um capacete, Sinceramente, não vejo muito bem. Sei que estou consciente
o tempo todo, mas vejo somente que o capacete é móvel.
OA - Você conversa com quem na nave?
Jocelino -
Converso somente com a mulher. Porém, outros seres falavam comigo antes de ela
chegar. Ela entrou por uma porta e sentou ao meu lado. Começa a me fazer...
começa a me acariciar amavelmente... Passa a mão pelo meu rosto, cabelo, peito,
por todo meu corpo.
OA - Você fica excitado?
Jocelino -
Sim. Agora ela abre uma parte da roupa, uma espécie de zíper. Não posso ver
nada direito... estou em cima dela. Fazemos sexo.
OA - Que tipo de sensação ela demonstra?
Jocelino - Ela
não demonstra nada, nenhuma sensação. Tem um prazer gelado... Diz poucas
palavras, apenas que é uma mulher viajante, mas não especifica que tipo de
pessoa é.
OA - Como se comunicam?
Jocelino - Conversamos
por pensamento. Ela não precisa mexer os lábios para conversar.
OA - Como é essa mulher?
Jocelino - Ela
usa um macacão preto. Seus cabelos são longos, negros e caem sobre os ombros.
Ela não permite que eu veja seu corpo, permanece vestida o tempo todo. É uma
moça alta, de mais ou menos 1,75 metros de altura (mais alta que eu), seus
olhos são negros, tem sobrancelhas e sua pele é morena, mais escura que a dos
homens que estão na nave.
OA - Tem outras características?
Jocelino - O
nariz e os olhos são iguais aos nossos, tem lábios médios e não vejo se há
dentes. Tem orelhas comuns. É uma moça muito bonita em relação às terráqueas.
Não usa nenhuma joia, sua roupa é fechada até o pescoço, não consegui saber se
tinha seios ou não. Ela não permite que eu veja ou toque.
OA - O que vocês conversaram?
Jocelino - Ela
me diz que talvez a semente cresça. Nós conversamos sobre a Terra, sobre a
maneira neurótica que as pessoas vivem. Ela diz que a vida aqui é cheia de
conflitos, guerras e fome, que ninguém se preocupa com os efeitos de tudo isso.
Diz também que ela como todos os outros da nave são amigos, que vieram numa
missão para nos julgar, ou algo parecido... Agora ela se retirou pela mesma
porta que entrou.
OA - Fale mais sobre essa missão. Eles
vieram para nos julgar?
Jocelino -
Eles teriam que observar nosso comportamento, ver a nossa ética e esse foi um
dos motivos pelo qual me raptaram. Eles dizem vir de um lugar muito longe,
entre as estrelas.
OA - Como você sai da nave?
Jocelino -
Flutuando, levam-me até o lugar onde o meu irmão está deitado. A nave está a
uma distância de mais ou menos 800 metros da árvore, a cinco metros do solo.
Vou junto de meu irmão e não vejo mais os ocupantes da nave.
OA - o que faz ao encontrar seu irmão?
Jocelino -
Tento ir para casa. Estamos muito desgastados, precisamos nos apoiar para
levantar. Eu me sinto muito mal. Lembro que no caminho para casa, vi três luzes
passando como um flash no céu.
UFÓLOGO
DESTACA IMPORTÂNCIA DO CASO
O professor de yoga e meditação,
Paulo Cesar de Oliveira, 55, pesquisa ufologia há 30 anos. Em 2001, lançou o
livro “Naves Cósmicas – portal de luzes”, que aborda o assunto. Para ele, o
caso que envolve Jocelino é um dos mais importantes da ufologia porque revela
um contato “de nível profundo”.
Avalie o “caso Jocelino”?
Utilizando
parâmetros da ufologia científica, na classificação criada pelo astrofísico
Josef Allen Hynek, seria um caso de “contato imediato de sétimo grau”, o mais
alto da escala, em que são criados seres híbridos entre homens e
extraterrestres, por métodos artificiais e “naturais”.
Portanto,
é um dos mais importantes casos da ufologia mundial, pois além do contato ser
de nível profundo, teve implicações que alteraram a vida de algumas pessoas,
como o ufólogo Ademar José Gevaerd, que começou em Maringá, pesquisou esse caso
e se tornou mundialmente famoso. Hoje, é editor de uma das mais respeitadas
publicações sobre ufologia do mundo, a revista UFO.
Há algo especial sobre constantes
aparecimentos de Óvnis em Maringá?
Poderíamos dizer que
sim, uma vez que já investigamos vários casos de contato e avistamentos de
óvnis na cidade. Alguns dizem que Maringá é rota de óvnis e abriga um portal
dimensional. Seria uma passagem para a
quarta dimensão, cuja entrada ficaria em Maringá.
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Jocelino retorna próximo ao local onde teria sido abduzido, no Jardim Alvorada, e aponta para o céu, lembrando o caso |
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Maria Mattos, mãe de Jocelino, na época, em O Diário, que com outros meios de comunicação deu ampla cobertura ao caso |
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A casa de Jocelino virou uma espécie de laboratório, rotina que ele segue após o episódio, fabricando medicamentos naturais |
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Para o ufólogo Paulo César de Oliveira, o "caso Jocelino" está entre os mais importantes da ufologia mundial |