Pitoco repousa à sombra de um pé de incenso
(Texto e foto: Donizete Oliveira) O ano era 2010. Eu vi um cachorro amarelo que dormia enrolado num monte de areia, na calçada da rua da casa da minha irmã. No outro dia, ele se aprochegou do portão dela, bebeu água e comeu ração num pote. Ela o deixa ali para cachorros que passam por lá. Mas o Pitoco, assim o nomeamos por causa do toco de cauda, ficou. Dormia na frente da grade. Inquieto e individualista, não convivia com outros cães. Qualquer aproximação era motivo de briga. Arrumou uma treta com um cão do vizinho. Certa vez se atracaram na rua. Minha irmã tentou separar, e um deles a mordeu no braço. Pitoco tinha outro problema. Corria atrás de motoqueiros. Eu via o dia em que alguém o mataria. Antes que o pior ocorresse o adotamos. Veio para o quintal. Tornou-se conhecido no bairro. Eu o levava para caminhar; as pessoas o chamavam pelo nome. Após um tempo, eu ia correr oito, dez quilômetros; ele junto. Uma vez o levei para correr a Prova 28 de Janeiro, de Apucaran