(Texto
e foto Donizete Oliveira)
Apesar
de bucólicos, seus versos, às vezes, são tristes. Retratam o árduo trabalho na
roça, que nem sempre traz recompensa. “Os violeiros cantando falam do meu
sertão/Não pude ser feliz, só tive decepção/Trabalhei muitos anos, não tive
compensação/Nasci numa tapera sem nenhuma proteção”...versos de “Revolta de
caboclo” que compôs. Uma espécie de lamento que descreve a dura vida na roça.
“Na época em que eu nasci, na década de 1950, as coisas eram difíceis, e, no
campo, os patrões nem sempre tratavam bem os empregados”, diz.
Por
muitos anos, ele tocou lavouras de café com os pais e os nove irmãos, dos quais
cinco estão vivos. Nascido em 27 de maio de 1951, chegou ao Paraná em 1962.
Após morar alguns anos na roça, a família se mudou para a Vila Regina, um dos
bairros mais antigos de Apucarana. Veio a adolescência e, na juventude, trabalhou
de ensacador. Passou por outros trabalhos, mas não se esqueceu do dom pela
música. Sonhava em um dia tocar violão e cantar.
Fã
do Trio Parada Dura, Tonico e Tinoco e Tião Carreiro e Pardinho, tinha certeza
de que a música seria seu ganha pão. Aos 57 anos, aquele dito “do sonho à
realidade” aconteceu. Aprendeu a tocar violão e começou a cantar. Até que se
apresentou numa churrascaria de Apucarana. Aquele friozinho na barriga o deixou
nervoso, mas agradou ao público, que no final pediu bis. Dali em diante não
parou mais e passou a sobreviver das apresentações que fazia a convite daqueles
que o conheciam. Dos cinco CDS que gravou, calcula que vendeu mais de 8 mil e
compôs ao menos 50 músicas.
Alcino se apresenta toda semana na Feira do Produtor, ao lado cemitério Cristo Rei, em Apucarana |
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