Complexo de monumentos arquitetônicos, visita obrigatória para quem vai à capital mineira, proporciona apreciar obras de renomados artistas brasileiros, exercício da fé cristã e proximidade com a natureza
Donizete Oliveira, texto e fotos*
Uma
mistura de arquiteturas, museus e natureza, com muita água. A bacia
hidrográfica da Lagoa da Pampulha faz parte da bacia do rio das Velhas, que
desemboca no rio São Francisco. Muita coisa para ver nos seus 18 quilômetros de
extensão. A Igreja São Francisco de Assis é a principal obra do conjunto, com
mais traço de Oscar Niemeyer, que a projetou em 1942.
A
construção da Pampulha prova a importância de um administrador público concluir
os projetos de seu antecessor. O prefeito de Belo Horizonte, Octacílio Negrão
de Lima, no seu primeiro mandato (1935-1938) iniciou o represamento do Ribeirão
Pampulha, com objetivo de construir uma lagoa. Em 1943, a obra foi completada
na gestão de seu sucessor Juscelino Kubitschek (1940-1945).
Niemeyer
a projetou, mas a fundação arquitetônica da Igreja São Francisco é do
engenheiro Joaquim Cardoso. Dizem que Niemeyer se inspirara nas montanhas de
Minas cobrindo-a de curvas. Primeira igreja do Brasil com traços modernistas é
o principal cartão-postal da capital mineira. Quem a visita deve se atentar aos
detalhes.
Por
exemplo, o altar principal, obra de Cândido Portinari. Dedicado a São Francisco de Assis, um cachorro no lugar do lobo
chocou autoridades eclesiásticas, deixando-a 14 anos isolada, sem celebrações
religiosas. Os 14 painéis da via-sacra e os externos completam o trabalho de Portinari.
Paulo Werneck assina os painéis figurativos e abstratos. Alfredo Ceschiatti
esculpiu os de baixo-relevo em bronze do batistério; Burle Marx projetou os
jardins.
Mas
a visita continua. A Pampulha é uma obra de arte. Cercada por casarões antigos,
vale a pena esticar o passeio ao Cassino, que virou museu de arte com um acervo
de 900 obras e à Casa do Baile, cartão-postal de BH, com fachada barroca.
Também
não podem ficar de fora o Iate Golfe Clube, com obras de Portinari e Burle Marx
e a Casa Kubitschek, construída para o então prefeito JK passar os fins de
semana, virou museu.
O aposentado Pedro Alves, um simpático senhor de 72 anos, que fica na Igreja de São Francisco, é uma espécie de guia do local. Ele faz questão de mostrar e explicar os detalhes aos visitantes. “Faço com prazer, revelando as belezas e os valores deste local, que é uma joia de Belo Horizonte e do Brasil”, diz.
*O jornalista viajou a Belo Horizonte.
Igreja de São Francisco de Assis, arte de Oscar Niemeyer |
Visão parcial do encantador lago da Pampulha |
Esculturas de JK, Niemeyer, Portinari e Burle Marx |
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